domingo, 22 de junho de 2008

Agregando Conhecimentos

Dicionário de conceitos

1. Balança comercial (FOB) - saldo
Diferença entre as Exportações e Importações registradas no Balanço de Pagamentos de um país.
2. Balanço de pagamentos (BP) - saldo
O Balanço de Pagamentos registra todas as transações de caráter econômico-financeiro realizadas por residentes de um país com residentes dos demais países. Seu saldo é o resultado da soma das contas Transações Correntes e de Capital.
3. Dívida externa registrada
Somatório dos débitos de um país, garantidos por seu governo, resultantes de empréstimos e financiamentos com prazo de vencimento superior a um ano contraídos com residentes no exterior (registro no Banco Central do Brasil).
4. Dívida interna - líquida - setor público
Valor total dos débitos assumidos pelos governos federal (inclusive Banco Central), estadual e municipal e suas empresas junto às pessoas físicas e jurídicas residentes no próprio país, descontando os o valor dos créditos do governo.
5. Exportações (FOB)
Valor das vendas e outras remessas de bens e serviços de propriedade de residentes no país para o exterior, registrado na Balança Comercial do Balanço de Pagamentos.
6. Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna (IGP/DI)
Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (RJ), é composto pelo Índice de Preços por Atacado (IPA), com peso de 60%, Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Rio de Janeiro e em São Paulo, com participação de 30%, e o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), com peso de 10%. O conceito de Disponibilidade Interna (DI) refere-se à produção nacional e importações, excluindo as exportações. O IPA não tem regionalização. O IPC é calculado para a cidade de Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto o INCC compreende informações de 19 capitais (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo, Aracaju, Vitória, C uiabá, São Luís).

7. Importações (FOB)
Valor das compras e outras entradas de mercadorias e serviços de propriedade de residentes no exterior no país, registrado na Balança Comercial do Balanço de Pagamentos.
8. Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
Calculado pelo IBGE, representa a variação de preços da totalidade dos produtos e serviços disponíveis para o consumo pessoal. A pesquisa é realizada com uma amostra de famílias com rendimento monetário compreendido entre 1 e 40 salários mínimos e abrange 9 Regiões Metropolitanas do País (Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Belém, Salvador, Rio de Janeiro), além do município de Goiânia e o Distrito Federal.

9. Investimentos estrangeiros diretos - líquidos
Saldo de recebimentos e pagamentos referentes à aquisição, por parte de empresas, governos ou indivíduos, de novas empresas ou participação acionária em empresas já existentes no país, registradas na conta Capital do Balanço de Pagamentos.

10. Juros Over/Selic - taxa média (%)
Taxa de juros praticada pelo Banco Central do Brasil (BCB) para negociar títulos públicos por um dia.

11. Necessidade de financiamento do setor público(NFSP)
Déficit ou superavit que se deriva da variação líquida da dívida pública em um determinado período de tempo descontando-se os empréstimos concedidos ao setor privado. O conceito nominal é o mais amplo incluindo todas as receitas e despesas. O conceito operacional exclui a correção monetária e cambial sobre a dívida pública, mas inclui as despesas com o pagamento de juros reais das dívidas interna e externa. O conceito primário exclui receitas e despesas financeiras, ou seja, com juros nominais (juros reais + correção monetária e cambial). Portanto, NFSP primária + juros reais + correção monetária e cambial = NFSP operacional + correção monetária e cambial = NFSP nominal.

12. Produto interno bruto (PIB)
Valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos no país durante o período .

13. Produto interno bruto (PIB) per capita
Produto ou renda média dos residentes no país.

14. Produto interno bruto (PIB) trimestral - índice real dessazonalizado (média de 1990=100)
Indicador IPEA O índice do PIB dessazonalizado é um número-índice com base de comparação em 1990, elaborado pelo IPEA por encadeamento da série produzida pelo IBGE. O índice original é calculado com metodologia de base de ponderação móvel (média do ano anterior=100), e só é comparável nos anos subseqüentes. Essa série precisa ser encadeada para permitir comparação entre mais de um período de tempo. Uma série é dita dessazonalizada quando são eliminadas as influências sazonais, isto é, os efeitos dos eventos que ocorrem com regularidade nos mesmos períodos do ano, mais ou menos com a mesma intensidade. O ajuste é feito com o método X-12 Arima.

15. População residente
A população total é classificada em população residente (ou população de direito) e população presente (ou população de fato). O primeiro conceito corresponde às pessoas moradoras no domicílio, mesmo que ausentes na data das pesquisas, e o segundo se refere às pessoas presentes (moradoras ou não) no domicílio.

16. Poupança - rendimento - 1º dia útil (%)
A remuneração das cadernetas de poupança é calculada segundo a Taxa de juros de Referência (TR) mais 0,5%. Por sua vez, a TR é calculada segundo a remuneração média mensal, líquida de impostos, dos depósitos a prazo fixo captados nas agências dos bancos comerciais, bancos de investimento ou de títulos públicos, de acordo com metodologia fixada pelo Conselho Monetário Nacional.

17. Reservas internacionais (conceito: liquidez)
Todos os ativos que possam ser considerados disponíveis pelas autoridades monetárias para o pagamento de qualquer dívida ou aquisição de direitos junto a não-residentes no país. As reservas internacionais podem ser contabilizadas segundo o conceito de liquidez internacional, que inclui os créditos a receber em um futuro imediato; ou no conceito de disponibilidade imediata ou caixa, que considera os recursos disponíveis no momento.
18. Salário mínimo nominal
Menor remuneração permitida por lei para trabalhadores de um país ou de um ramo de atividade econômica. No Brasil, o salário mínimo é fixado a cada dia 1º de maio pelo Governo Federal e é obrigatório para todos os assalariados, urbanos e rurais.
19. Taxa de câmbio comercial - R$/US$ - venda - média
Taxa utilizada nas transações oficiais (exportações, importações e transações financeiras) registradas no Banco Central do Brasil. É o valor médio mensal das cotações diárias de venda.
20. Taxa de câmbio efetiva real - exportações - índice (jun 1994=100) Indicador IPEA
Representa o poder de compra da moeda nacional em relação às moedas dos principais parceiros comerciais. È a média geométrica das taxa de câmbio do Brasil vis à vis os principais parceiros comerciais, corrigidas pelo diferencial entre a inflação brasileira e daqueles países. Nesta estimativa do IPEA são considerados 15 países: EUA, Japão, Holanda, Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Espanha, Argentina, Uruguai, Chile, México e Coréia do Sul.
21. Taxa de investimento - FBCF/PIB (%)
Relação entre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o PIB a preços correntes. A FBCF refere-se aos acréscimos ao estoque de capital fixo realizados a cada ano, visando ao aumento da capacidade produtiva do país.
22. Transações correntes - saldo
Conta do Balanço de Pagamentos constituída da Balança Comercial, Balança de Serviços e das Transferências Unilaterais. O resultado dessas três contas é o superávit/déficit das Transações Correntes. A Balança de Serviços registra as receitas e despesas de diversos tipos de transação, destacando-se os transportes, os seguros, as viagens internacionais, os royalties, a assistência técnica, os lucros e os juros da dívida externa. As Transferências Unilaterais (ou donativos) compreendem os pagamentos e recebimentos sem contrapartida de serviços, tais como doações, remessas de imigrantes etc.

Mão-de-obra Direta: Custo Variável?

Mesmo que a remuneração do operário seja contratada por hora, o que ocorre com o seu pagamento no fim do mês? A legislação trabalhista brasileira, diferente de inúmeros outros países, garante-lhe o mínimo de 220 horas. Mesmo que só tenha trabalhado metade disso, mas se teve à disposição da empresa todo o tempo exigido contratual e legalmente, fará jus àquele mínimo. O contrato acabou por produzir um gasto fixo mensal com esse operário. Será por isso a Mão-de-obra Direta um custo fixo também?
Convém aqui distinguirmos entre o que seja custo de Mão-de-obra Direta e gastos com Folha de Pagamento. No caso acima, a folha é um gasto fixo (pelo menos quando não excede às 220 horas), mas a Mão-de-obra Direta não. E isso devido ao fato de só poder ser considerada como Mão-de-obra Direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produção, e de forma direta. Se alguém deixa, por qualquer razão, de trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em outras funções deixa de ser classificado como Mão-de-obra Direta. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites normais, esse tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à produção. Se, por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido for muito grande, será esse tempo transferido diretamente para perda do período (como no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.).
Portanto, custo de Mão-de-obra Direta não se confunde com o valor total pago à produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada diretamente sobre o produto. Portanto, o custo de Mão-de-obra Direta varia com a produção, enquanto a folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Essa distinção é de absoluta importância para inúmeras finalidades.Uma exceção pode existir, entretanto, e podemos ter a Mão-de-obra Direta fixa. Tal fato ocorre quando existe um equipamento que tem seu volume de produção ditado por regulagem. Aumenta ou diminui o volume de produção, mas continua o mesmo numero de homens diretos trabalhando, pelo menos dentro de certos limites. Neste caso, assume a Mão-de-obra Direta o comportamento de custo fixo.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A expressão margem de contribuição pode soar estranha aos ouvidos, mas se a entendermos nos ajudará, em muito, no dia a dia da empresa, pois tem o significado igual ao termo ganho bruto sobre as vendas.

Margem de contribuição: o que é isso?

Margem: é a diferença entre o valor de vendas (preço de vendas) e os valores dos custos de despesas específicas desta venda, ou seja, valores conhecidos por: Custos variáveis e despesas variáveis da venda.

Contribuição: representa em quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das despesas fixas e também para gerar lucro.

Custeio variável:
- não faz distinção entre custos e despesas;
- trata os custos fixos de produção do período e não do produto, excluindo do valor de produção em andamento e dos estoques de produtos acabados e levando para o resultado do período como se fossem despesas;
- atribui ao produto apenas os custos que alteram com o volume;
- facilita o desenvolvimento da relação custo/volume/lucro;
- facilita elaboração e controle de orçamentos;
- possibilita a determinação e o controle de padrões;
- fornece mais instrumentos de controle gerencial.

Exemplo de alguns custos variáveis: matéria-prima, mão de obra, energia elétrica, combustíveis das máquinas e despesas de vendas.

Assim, notamos que Margem de contribuição é igual ao valor de vendas, menos custos variáveis e despesas variáveis.

Margem de contribuição é a quantia em dinheiro que sobra do preço de um produto, serviço ou mercadoria, sendo que este valor é que irá garantir a cobertura de custos fixo e o lucro. É somente gerencial, pois mostra a importância para tomadas de decisão e, com isso melhorar a situação financeira da empresa, pois possibilita avaliar as margens de ganhos (lucro bruto).

A margem de contribuição total de uma empresa representa, também, a margem média, pois considera tudo que é vendido. Por isso é muito importante apurar a margem de contribuição de cada produto/serviços. Não podemos esquecer de que nenhum produto/serviços deve apresentar margem que NÃO contribui, ou seja, quando o preço de venda é inferior à soma dos valores de despesas e custos variáveis não contribuindo, portanto, para pagar as despesas fixas e gerar lucro.

Cada atividade empresarial, em função de natureza operacional e das características comerciais que pratica, apresenta diferentes valores que representam custos e despesas, os quais precisam ser analisados um a um, para serem definidos pela condição variáveis ou fixos.

Se a margem de contribuição não é conhecida, a empresa pode estar vendendo muito e tendo prejuízo.

Da contabilidade de custos à gestão estratégica de custos

Revista Contabilidade & Finanças
ISSN 1519-7077 versión impresa
Rev. contab. finanç. v.18 n.43 São Paulo ene./abr. 2007
doi: 10.1590/S1519-70772007000100001
EDITORIAL


Na evolução dialética tese-antítese-síntese, a Nova Economia Institucional veio aperfeiçoar a Teoria Neoclássica da firma, trazendo consigo, entre outros artefatos, a Teoria das Organizações Industriais e a Economia de Custo de Transação. No contexto dessas novas abordagens, a Gestão Estratégica de Custos vem provocando importantes transformações.
À clássica separação dos custos em fixos e variáveis em relação ao volume de produção, a GEC soma o reconhecimento de que vários outros fatores, além do volume, interagem de forma complexa para explicar a variabilidade dos custos. A análise, gestão e mensuração de custos passam então a requerer uma visão mais ampla, por meio de direcionadores.
À clássica segregação dos custos de produção em diretos e indiretos em relação aos produtos, a GEC soma o reconhecimento de que sorrateiros são os custos de overhead, que se insinuam e se avolumam tanto na produção como na administração. Novamente, para medir e administrar esse novo vilão, uma nova visão e postura fazem-se necessárias.
O clássico Custo Padrão, nascido na segunda metade do Século XIX para planejamento e controle de custos de produtos de longo ciclo de vida, tende a ser substituído, no Século XXI, pelo Custo Alvo.
O clássico custo unitário médio do produto, apurado a cada período contábil - cuja existência os fundamentalistas sempre negaram - tende a ser substituído pelo custo total do produto ao longo de todo o seu - agora curto - ciclo de vida. Chegaram ao paraíso?
À clássica e limitada visão dos custos da empresa, a GEC soma a análise de custos da cadeia de valor e a gestão de custos interorganizacionais. Daí surge uma nova unidade de natureza econômico-contábil ainda carente de estudos e pesquisas.
À clássica demonstração de custos por natureza e por centros de custos, a GEC acrescenta o reporte de custos por atividades, separando as que adicionam das que não adicionam valor.
Da clássica e limitada visão dos custos apenas da empresa passa-se à análise do custo dos principais concorrentes.
Vê-se, portanto, que a Gestão Estratégica de Custos configura-se como um novo e promissor campo para pesquisas, como já vislumbrava Nakagawa há quase quinze anos atrás.

Welington Rocha Professor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP


quarta-feira, 18 de junho de 2008

A importância da gestão de custos, para a tomada de decisão

A contabilidade de custos surgiu pela necessidade de se avaliar estoques nas indústrias e seu resultado. Hoje, ela se tornou uma importante ferramenta para os gestores no processo de controle e decisões gerenciais

Nos últimos anos, diversas discussões têm sido levantadas acerca da importância da informação contábil enquanto instrumento de apoio à atividade gerencial. A maioria delas tem sido impulsionada pela crescente complexidade que vem ocorrendo no ambiente dos negócios, pela maior participação de recursos de natureza intangível na formação dos custos dos produtos e serviços, pelo fenômeno da globalização de mercados e pelo crescente aprimoramento das tecnologias de informação, entre outros fatores que têm estimulado a competitividade entre as empresas.

No passado, as unidades empresariais atuavam em mercados mais restritos, com características eminentemente domésticas, quer seja em termos de fornecedores, clientes ou concorrentes. Os custos indiretos assumiam proporções pouco significativas em relação aos diretos. As decisões sobre melhoria na qualidade dos produtos e serviços eram motivadas em maior grau pela necessidade de se elevar preços e não apenas para aumentar a satisfação dos clientes ou para evitar ameaças de concorrentes. A estratégia era produzir em massa e efetuar poucas alterações nos produtos e serviços.

Do ponto de vista estratégico, os custos se tornaram altamente relevantes para a tomada de decisão em uma empresa, pois com a alta competitividade as empresas precisam definir seus preços levando em consideração os preços praticados no mercado em que atuam, exigem-se informações sobre lucratividade de produtos e serviços, comportamento e desempenho dos concorrentes, preferência e tendências dos clientes, oportunidades e ameaças do mercado, inovações tecnológicas, etc. No dia a dia, a contabilidade gerencial deve fornecer informações sobre a eficiência e a qualidade das tarefas executadas, deve mensurar os custos dos recursos utilizados para se produzir, vender e entregar um produto ou serviço aos clientes, etc.

No entanto firmo o entendimento de que nenhum sistema de custos, por si próprio, pode garantir o êxito das organizações, mas, quando adequadamente estabelecido, poderá contribuir para melhorar suas vantagens competitivas, gerando condições favoráveis à continuidade. O conhecimento dos custos é vital para saber se dado o preço, o produto é volátil ou não, se é ou não possível reduzi-lo, e estas informações são fornecidas pela contabilidade de custos.